Descrição
Sem nomes registrados, marcados à ferro como mercadorias, muitos africanos — homens, mulheres e crianças — deixaram apenas vestígios fragmentados de suas existências: cicatrizes na pele, registros de óbitos, ossos na terra do Rio de Janeiro. Ao analisar os obituários do Cemitério dos Pretos Novos, João Carlos Nara Jr. revela as engrenagens de um sistema que desumanizava vidas enquanto movia a economia colonial.
Mais que um estudo histórico, “Silêncios que Gritam” é um ato de reparação. Completa a trilogia iniciada com os fac-símiles “O Cais e o Cemitério” e “A Morte no Valongo”, convidando-nos a encarar as marcas profundas deixadas pela escravidão em nossa sociedade e a honrar a memória daqueles que, mesmo sem nome, são parte indissociável de nossa identidade.
No 250º aniversário do Cemitério do Valongo e nos 20 anos do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, este livro nos lembra que, se as cicatrizes da escravidão são profundas, mais forte e fecunda tem sido a resiliência dos africanos e seus descendentes nas Américas.
Senador Randolfe Rodrigues
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