Descrição
Esta tese busca construir um quadro teórico que forneça uma interpretação abrangente dos processos e dinâmicas espaciais a partir de um enfoque sistêmico. Esse quadro deve permitir compreender os processos gerais do sistema mundial e, simultaneamente, capturar as particularidades de cada unidade político-territorial que integra esse sistema. Além disso, ele deve revelar as estruturas sociais sem obscurecer a dimensão de contingência da ação histórica. Partimos da teoria dos ciclos sistêmicos de acumulação, de Giovanni Arrighi, que descreve o desenvolvimento do capitalismo histórico como um longo processo de recorrência e evolução que alternou fases de expansão material e de expansão financeira. Também recorremos à teoria dos ajustes espaço-temporais, de David Harvey, que aponta a produção do espaço como um momento intrínseco do processo de acumulação capitalista. Nossa hipótese é que para cada fase do desenvolvimento do capitalismo podemos identificar um modo de funcionamento sistêmico e um padrão característico de produção do espaço. Na medida em que o sistema mundial interestatal capitalista é hierárquico e assimétrico, esses padrões – compostos por processos, dinâmicas e tendências – se apresentam de maneira variegada em cada parte da totalidade. De modo a refinar nossa análise, buscamos, em linhas gerais, definir os espaços centrais e os periféricos assim como as relações historicamente cambiantes de dependência que se estabelecem entre eles. Por fim, tentamos demonstrar, a partir do caso brasileiro, a aplicabilidade do quadro teórico em nossa realidade histórico-concreta.
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