NOVOS PARADIGMAS E NOVOS MODELOS DE AÇÃO

Em 2018 iniciamos um diálogo com professores e pesquisadores italianos sobre a necessidade e possibilidade de construir novos paradigmas de interpretação e ação, no nível acadêmico-científico e social, diante das intensas, complexas e rápidas mudanças que têm ocorrido nas relações entre o local e o global. Esse primeiro encontro internacional esteve centrado em diálogos e debates interdisciplinares sobre o desenvolvimento sustentável a partir das práticas de pesquisa e ação dos participantes do evento. Como os debates foram frutíferos, decidimos publicar uma coletânea, na Itália, e organizar o segundo encontro internacional, desta vez, diante da pandemia provocada pela covid 19, remotamente. Dessa forma, foi possível ampliar a composição da equipe de trabalho, com colegas colombianos.

E, esta coletânea ora socializada, que muito nos orgulha, é resultado desse segundo evento, organizado com muita dedicação pelos professores e pesquisadores colombianos, em 2021, tendo como tema central a mesma problemática do primeiro evento, ou seja, as territorialidades e redes existentes entre o local e o global, numa perspectiva que talvez possa provocar outros debates, enriquecendo cada vez mais as possibilidades de construção de outros paradigmas teórico-práticos, científico-populares, no âmbito da tão necessária integração entre a universidade e a sociedade local.

E é aí que, de maneira geral, estamos situados, trabalhando na interface entre ciência e saber popular, universidade e território, sociedade e natureza, na direção da produção de conhecimentos cada vez mais úteis para a nossa gente, especialmente para as classes mais vulneráveis. Conhecimento este construído, sempre que possível, de maneira horizontal, dialógica, participativa e reflexiva, gerando soluções para problemas que afligem essas classes, a partir das singularidades de cada território e tempo.

Isso passa, necessariamente, pelo enfrentamento, estudo e debate científico e político de temas como gênero, desigualdades econômicas, diversidade cultural, comunidade, saneamento básico, periferia, alimentação, desenvolvimento local, todos trabalhados de forma criativa e instigante em cada texto desta coletânea. Esperamos que, com isso, todos os interessados por esse debate se sintam sensibilizados a participar dele, bem como da produção democrática e soberana de soluções para nossos povos, a partir das suas necessidades, urgências e dos seus desejos.

Os organizadores