Descrição
Há sessenta anos, um filho de um imigrante recém chegado ao Brasil de uma Europa arruinada pela guerra, recebe do pai como presente de aniversário um romance de ficção científica, uma história da primeira expedição do homem à lua e criação de uma sociedade de selenitas. Hoje, o menino de então descreve o próprio caminho para a lua. A história o fez atravessar um caminho de vida em que a fronteira entre o real e o irreal não estava bem demarcada, um caminho que perpassou as mais dolorosas e mais absurdas experiências do homem do século XX.
Angolano de nascimento, de pai polonês e mãe alemã, filho de um prisioneiro de Auschwitz, deslocado de guerra, um apátrida adotado pelo Brasil, construiu sua cidadania plena e criadora neste país, sem abdicar da múltipla identidade de angolano, polonês, alemão. Certamente a tentação de transformar esse legado
de memórias numa obra de ficção não foi pequena. Mas Tomasz Lychowski opta pelo testemunho de um cronista e de um poeta, de um arqueólogo da memória que recupera e registra os fatos e os reconhece na sua origem tanto daqui da Terra como do Céu.
O destaque são as pessoas, porque Tomasz Lychowski é, antes de tudo, um cronista e um poeta do encontro que sabe reconhecer a graça que está no Outro e sabe agradecer.
Henryk Siewierski
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