Descrição
Enganam-se aqueles que imaginam que o neoliberalismo circunscreve-se, apenas, ao domínio econômico. Também enganados estão aqueles que imaginam que o neoliberalismo restringe-se à vulgata do quanto menor for o Estado melhor será sua vida. A contínua reprodução dessas caricaturas só alimentou o neoliberalismo. A fórmula liberdade para escolher tem sido mais atrativa que a fórmula democracia para partilhar. Os homens, respondendo ao apelo da primeira fórmula, imaginam-se gladiadores, empreendedores, donos do seu próprio futuro. A cidade, porque abandonou a ambição pela segunda fórmula, converte-se em uma arena que exclui, penaliza, criminaliza, os mais vulneráveis. A metáfora do moinho satânico de Karl Polanyi deve ser retomada, assim como sua profética interrogação: “Que moinho satânico foi esse que triturou os homens transformando-os em massa?”. É dessa massa, cada vez maior, que trata este livro. É um livro sobre os precarizados e invisibilizados que ocupam as cidades do planeta. É um livro sobre os que insistem em cerrar os olhos para os invisibilizados fingindo acreditar, como as personagens de The Walking Dead, que a chaga floresce do contato. Quem são, afinal, os mortos vivos?
Tadeu Alencar Arrais
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