Descrição
A publicação de Hora de fogo: poemas em combustão, de Helena Parente Cunha, se dá num momento extremamente oportuno em que o mundo, acometido por uma epidemia apocalíptica, necessita parar e refletir sobre ações transformadoras e a ruptura do homem com a natureza.
Ao se enxergar como mestre e senhor do universo, o homem se desumaniza e cumpre a tarefa da tecnocracia: de ser superior, dominador, ditador da razão, imperador da natureza e, em contrapartida, dos outros homens. Perde de vista a noção de ética e esquece o significado fundamental da ecologia, afastando de si a ética ecológica.
Com a imagem do fogo perpassando os poemas de Hora de fogo: poemas em combustão, o simbolismo da devastação sem regeneração se transforma num aspecto de renascimento e renovação. Assim, os poemas organizados em 54 prantos e 10 cantos, numa conjunção de metáforas e metonímias como o que é próprio da palavra poética, abrem-se como questionamentos da contemporaneidade porque, como bem lembra Christina Ramalho em seu prefácio, “há reescrita, há retomadas, há conclamações e há, no final da viagem, a fênix pousada em nossa consciência”.
Maximiliano Torres
(Mestre e Pós-Doutor, Professor Adjunto de Teoria Literária e Literatura Brasileira da UERJ)
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