Descrição
Um dos objetivos principais desta obra coletiva é oferecer ao leitor interessado no campo da história social alguns temas possíveis e passíveis de análise que surgem no interior desse campo específico de estudo, independentemente das possibilidades de análise se referir à construção dos respectivos objetos de pesquisa, a partir da definição de cada tema escolhido, ou até mesmo, no tocante as escolhas teórico-metodológicas feitas pelos respectivos autores que compõem este trabalho.
“A História é uma pergunta que necessariamente o homem hoje se põe”. A ideia do historiador francês, Lucien Febvre, traz à luz um aspecto central da História como ciência do passado: o presente. Neste livro de Leonardo Santana da Silva & Adriana Patricia Ronco são as questões e as curiosidades do presente que motivam a problematização sobre o passado. Na verdade, os diferentes historiadores que compõem esse livro procuram encontrar a História Social sob vários pontos de vista e interpretação. Temas como racismo, identidades, memória e história são abordados em perspectivas múltiplas e complementares, possibilitando tanto uma visão de conjunto, ligada, por exemplo, aos aspectos econômicos, quanto particular, com preocupações mais circunstanciadas pelo cotidiano.
O título é bastante feliz ao recordar o seminal livro de Eric Hobsbawm, o que explica, em grande medida, a percepção das diferentes dimensões destas tradições inventadas. Ao longo de suas páginas, os limites temporais e temáticas dos estudos aqui apresentados foram explorados através de um esforço de interpretação documental e crítica historiográfica inscrito sob a perspectiva do social. Desse modo, o leitor logo perceberá que o livro que tem em mãos não se conforma com rígidas fronteiras disciplinares, respeitando, assim, a boa prática historiográfica de todos os tempos.
Tradições e modernidades, portanto, é um livro ambicioso. E é nesse sentido que a obra torna-se atual e nos leva a repensar nosso presente pelo estudo do passado, desafiando tanto o historiador profissional quanto o leitor comum a percorrer suas páginas. Uma obra que não se encerra em quem a fez, mas que difunde e ensina o ofício do historiador.
Yllan de Mattos
Professor de História Moderna da UNESP
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