Descrição
Aos sessenta e três anos, no Rio de Janeiro, Ulysses dá início àquele que seria o derradeiro trabalho de sua extensa lavra de publicações. Desta vez é diferente. Não vislumbra o amplo público leitor de sua pena. Apenas conta histórias para seus filhos e netos. “Falo aqui, na intimidade, para meus filhos (e netos…)”. Memórias obedeceu à pauta de uma crônica testamento daquilo que lhe parecia ser o mais rico e valioso acervo do político, homem público e cidadão. “Mas, agora, ao escrever as minhas memórias, ao correr da pena, – na idade em que julgo necessário ir deixando para meus filhos trechos da minha vida”…
O presente livro é um exemplo eloquente da busca de superação da fragilidade e finitude humanas, que proliferam nos desvãos do esquecimento mas que tem seu antídoto na preservação e valorização da memória… O livro é um primor de narrativa das reminiscências de um sertanejo que, literalmente, escancara os espaços da intimidade aos filhos e aos filhos dos seus filhos. Mais que isto, é uma crônica do sertão nordestino que se consubstancia na sua estrutura familiar, patrimonial, político-partidária e histórica, finalmente.
A volta ao passado, empreendida por Ulysses Lins de Albuquerque é uma luta contra o esquecimento, sim, através da crônica poética narrada com leveza de estilo, sentimento de pai amoroso e a sinceridade de um letrado sertanejo. Em MEMÓRIAS QUE EU GUARDEI DE MEMÓRIA, como nos diversos livros de sua lavra, Ulysses assume magistralmente a figura do cronistanarrador benjaminiano: aquele que tece o fio condutor das várias memórias, das múltiplas reminiscências, onde cada final é um novo recomeço…
Editando este livro, a família reparte com o público leitor o legado da crônica intimista de um grande brasileiro. Portanto, quem ganha é a memória política do país e de Pernambuco em especial.
Antonio Jorge de Siqueira
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